quarta-feira, 18 de abril de 2012

CLÁSSICOS- GRÊMIO x INTERNACIONAL

 Grêmio x Internacional 







Os torcedores de Grêmio e Internacional raramente concordam em alguma coisa. Se um diz que Renato Portaluppi foi o maior jogador da história do futebol de Porto Alegre, o outro será inflexível ao apontar Paulo Roberto Falcão. Quando alguém então declara que uma divisão de base que revelou Ronaldinho, Anderson, Lucas, Carlos Eduardo e Douglas Costa nos últimos anos não tem concorrente na região, logo serão citados com oposição veemente os nomes de Daniel Carvalho, Rafael Sobis, Nilmar, Alexandre Pato e Taison. Os gremistas defendem que a atraente combinação de azul, preto e branco deixa o uniforme mais bonito, mas os colorados preferem o clássico manto vermelho.
Existe, no entanto, um ponto em que as duas torcidas concordam: o Gre-Nal é o maior clássico do Brasil. Diferentemente dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que têm quatro grandes clubes cada, o Rio Grande do Sul é dividido por um único duelo, que neste sábado vai completar 100 anos de idade.

OrigensQuando os entusiastas do futebol Henrique, José e Luis Poppe trocaram São Paulo por Porto Alegre no início do século 20, descobriram que os times existentes eram exclusivos para descendentes de alemães. Logo, os irmãos resolveram fundar o Internacional em abril de 1909 e então desafiaram o Grêmio a ser o primeiro adversário.
O Tricolor aceitou sob a condição de poder jogar com um time reserva, pedido que foi negado. O Inter se arrependeria dessa decisão mais tarde, em 18 de julho, diante de um impressionante e apaixonado público de duas mil pessoas. O atacante gremista Edgar Booth, de nacionalidade alemã, marcou cinco gols na goleada por 10 a 0, que até hoje é a mais elástica da história do clássico gaúcho.
O Grêmio venceu os seis primeiros Gre-Nais antes de o Internacional começar a mudar o retrospecto com uma vitória por 4 a 1 em 1915. Kluwe, o primeiro ídolo da Nação Vermelha, não disputou a partida, e no ano seguinte, com apenas 26 anos, deixou o futebol com uma profunda frustração de não ter cumprido a promessa de sair vencedor do clássico ao menos uma vez. Porém, desfalcado de vários jogadores machucados, o Colorado ofereceu ao excepcional meio-campista ambidestro a chance de voltar da aposentadoria para enfrentar o Imortal em 1919. Ele aceitou, contra a recomendação médica, e acabou marcando na vitória por 2 a 0. "Nunca ter batido oGrêmio me aborrecia, mas agora posso pendurar as chuteiras realizado", disse Kluwe após o jogo.

Os números do clássicoO Gre-Nal já foi disputado em 376 ocasiões, com 141 vitórias do Internacional e 118 do Grêmio. Carlitos detém o recorde de jogos e gols no confronto, tendo marcado 40 vezes em 63 partidas pelo Colorado entre 1938 e 1951.
O Grêmio ostenta uma Copa Toyota, duas Copas Libertadores, dois títulos brasileiros e quatro da Copa do Brasil. Já o Inter levantou a taça da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, uma Copa Libertadores e uma Copa Sul-Americana, conquistou o Brasileirão três vezes e ganhou uma Copa do Brasil. O time do Beira-Rio detém ainda 39 títulos gaúchos, quatro a mais do que os rivais do Olímpico, que ganharam o já extinto Campeonato da Cidade de Porto Alegre em 26 oportunidades contra 24 do adversário. No ranking de clubes da CBF, o Grêmio é o primeiro colocado, enquanto o Internacional ocupa a oitava posição.


Duelos memoráveis
Em setembro de 1948, Tesourinha, Villalba e Carlitos levaram o Colorado à sua maior goleada em Gre-Nais: 7 a 0. Seis anos depois, a vitória parecia destinada ao Grêmio quando a equipe recebeu o primeiro clássico no novo Estádio Olímpico. Mas Larry, que havia marcado dois gols na estreia pelo Inter dois meses antes, derrotando o Tricolor por 3 a 1, se recusou a seguir o roteiro e balançou as redes quatro vezes na surpreendente goleada de 6 a 2 que estragou a festa do arquirrival.
Dois acontecimentos fizeram da final do Campeonato Gaúcho de 1977 um momento inesquecível. O primeiro deles foi o gol de André Catimba aos 42 do segundo tempo, que interrompeu a sequência de oito títulos estaduais do Inter. O segundo aconteceu após a bola balançar as redes, na comemoração bizarra do jogador, que tentou dar um salto mortal e acabou caindo no chão violentamente e machucando o quadril. "Doeu, mas valeu a pena marcar o gol da vitória no Gre-Nal", recordaria mais tarde.
Quando os dois grandes rivais batalharam por uma vaga na final do Campeonato Brasileiro e também na Copa Libertadores, em fevereiro de 1989, o duelo ficou conhecido como o "Gre-Nal do Século". Cerca de 80 mil torcedores lotaram o Beira-Rio, mas no intervalo a maioria já estava aflita com a derrota parcial por 1 a 0 e a expulsão de Casemiro. Foi quando Nilson apareceu para ser o herói colorado e, apesar de uma lesão agravada na etapa inicial, marcar os dois gols que deram ao Internacional a vitória por 2 a 1 e as duas vagas prometidas.
Dez anos mais tarde, foi a vez de um jogador com uniforme tricolor ser o protagonista do clássico. Ele era ninguém menos que Ronaldinho. Atormentado com a visão do fenômeno de 19 anos pintando e bordando na sua defesa, o técnico do Inter, Paulo Autuori, atribuiu ao capitão Dunga a tarefa de marcar o mais indomável dos jogadores.Ronaldinho, no entanto, humilhou o experiente meio-campista com dribles como um elástico memorável e marcou o único gol da partida em uma linda jogada que começou com uma bola entre as pernas do colorado Anderson.

A rivalidade hoje O Internacional venceu o clássico dez vezes desde 2004, enquanto o Grêmio ganhou somente três no período. Desde então, apenas uma final de Campeonato Gaúcho foi disputada pelos dois rivais. Em 2006, no primeiro Gre-Nal decisivo em sete anos, o gol de Pedro Junior aos 33 do segundo tempo deu o título estadual aos tricolores dentro do Beira-Rio graças ao gol fora de casa. A revanche veio na última Copa Sul-Americana, quando o Inter eliminou o Grêmio pelo mesmo critério para depois conquistar o torneio.



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